Publicado em:
03/11/2025
A robótica humanoide está dando um passo ousado para fora dos laboratórios e para dentro do ambiente doméstico. A 1X, empresa de IA e robótica sediada na Califórnia, iniciou as pré-encomendas do NEO, um robô projetado para automação de tarefas e assistência personalizada.
Embora a máquina prometa autonomia em tarefas básicas—como abrir portas, buscar itens e acender luzes—o verdadeiro núcleo da inovação está em seu método de aprendizado para ações complexas: a teleoperação humana.
O CEO da 1X, Bernt Børnich, explicou que a rede neural de IA que alimenta o NEO ainda precisa de um volume muito maior de dados do mundo real para amadurecer. Para acelerar essa curva de aprendizado, a 1X implementou uma estratégia de "humano-no-loop" (human-in-the-loop) em tempo real.
Os primeiros compradores, ao adquirirem o NEO (com entrega prevista para o próximo ano), precisarão concordar que operadores humanos controlem remotamente o robô. Essencialmente, esses teleoperadores verão através das câmeras do NEO para executar as tarefas solicitadas pelo usuário.
O objetivo é claro: "Se não tivermos seus dados, não podemos melhorar o produto", afirmou Børnich. Cada ação realizada pelo operador humano serve como dados de treinamento valiosos, ensinando o robô a eventualmente executar essas mesmas tarefas de forma autônoma.
Este modelo levanta questões cruciais sobre a troca entre privacidade e avanço tecnológico, um dilema central na inovação corporativa. A 1X afirma que está colocando o controle nas mãos do proprietário para mitigar os riscos:
A abordagem da 1X é um lembrete pragmático de que a IA física, capaz de navegar no mundo real caótico, ainda enfrenta desafios massivos de coleta de dados.
A inovação de ponta tem um preço definido. O NEO está disponível para pré-encomenda com um depósito de $200, com um custo de $20.000 para acesso antecipado. A empresa também planeja oferecer um modelo de assinatura por $499 mensais.
A pergunta que a 1X nos força a fazer não é se os robôs realizarão nossas tarefas, mas como eles aprenderão a fazê-lo. Estamos testemunhando o nascimento de um modelo híbrido onde a inteligência humana serve de "andaime" direto para a construção da autonomia da IA.