Publicado em:
07/11/2025
A demanda exponencial da Inteligência Artificial por recursos naturais — energia e água — está criando um gargalo crítico para a inovação na Terra. Reguladores e redes elétricas já sentem a pressão dos novos data centers. Diante deste desafio de sustentabilidade e escala, o Google olha para cima.
O Projeto Suncatcher: uma iniciativa ambiciosa de pesquisa que visa levar a computação de IA para fora do planeta.
A premissa é elegante em sua complexidade técnica: implantar satélites equipados com Unidades de Processamento Tensorial (TPUs) do Google, alimentados diretamente pela luz solar constante e abundante na órbita terrestre. Isso transferiria as tarefas de treinamento mais pesadas para o espaço, liberando a capacidade da rede elétrica terrestre e reduzindo drasticamente o consumo local de recursos.
O que parece ficção científica já está em fase de validação. Engenheiros do Google alcançaram marcos cruciais:
A viabilidade econômica ainda é um desafio, mas a previsão de custos de lançamento decrescentes para a década de 2030 torna o cenário promissor. O próximo grande salto já tem data: dois satélites protótipos, em parceria com a Planet Labs, estão programados para lançamento em 2027.
Este movimento levanta uma questão fascinante para líderes de tecnologia e infraestrutura: estamos preparados para projetar arquiteturas de dados onde o "cloud" está, literalmente, acima das nuvens? Se o Suncatcher for bem-sucedido, a estratégia de computação de hiperescaladores poderá mudar radicalmente na próxima década.