blog-banner

Publicado em:

06/06/2022

Avaliação de resultados de negócios de impacto. Como fazer?

Desde o início do HousingPact, em 2019, é apontada a importância do monitoramento de resultados dos pilotos do Programa e de seu impacto nas pessoas que participam deles. Outras técnicas foram analisadas como: Análise de Custo-efetividade, Custo-benefício e o IWA – Impact weighted accounts. Todas têm bons pontos, são métodos coerentes e bom fit com ações específicas, porém, após quase três anos de experiências, ficou claro que um bom caminho para o HousingPact é o método SROI – Retorno sobre Investimento Social, onde a análise vai envolver todos os atores relevantes da ação (stakeholders) para coletar informações e transformá-las, após análise, em conhecimento sobre o impacto gerado. De uma forma que enriqueça o olhar interno para os pilotos para a melhoria dos mesmos a cada fase, que haja comprovação dos resultados para as Realizadoras (patrocinadoras do Programa) e claro, para a divulgação de indicadores consistentes para o público externo interessado.

A equipe da Neo-alfa, consultoria que faz a gestão geral do Programa HousingPact, se capacitou na organização que já atua há 20 anos com o SROI, a Social Value UK e segue abaixo 05 constatações que foram integradas no plano de avaliação que começa agora em Maio/22:


1 – A maioria das informações vêm de quem participou da ação – tanto para a fase de planejamento, quanto para o entendimento após a ação o foco é sempre nos stakeholders, quais são suas percepções, onde eles veem e sentem o maior valor e qual é a mudança do cenário sistêmico após as iniciativas serem executadas.


2 – Não superestimar a ação – um dos princípios que baliza o método é, em língua inglesa, o do not overclaim, que em tradução (bem) livre é não superestimar a iniciativa, isto é, ter um olhar puro para as informações coletadas e não contar um mesmo benefício do projeto, programa e/ou iniciativa várias vezes. O que chamou atenção aqui é que, de uma maneira ou de outra, todos os projetos precisam de recurso e por isso, se torna evidente a tendência de valorizar mais os resultados de uma ação. Logo, ficar atento e ser fiel aos dados que são coletados é um exercício importante.


3 – Ter parâmetros claros e diferentes olhares para “apurar” o bom senso – com o intuito de trazer consistência e padrão para o método, a organização responsável pela capacitação, traz vários parâmetros para cada passo da análise, então existem 10 perguntas a serem feitas para os participantes, princípios que direcionam a conduta do avaliador, metodologias para monetização de impactos sociais gerados e a sugestão que as análises subjetivas sejam feitas por mais de 1 pessoa, assim conseguimos apurar nosso bom senso para que os resultados tenham base material e se afastem de um olhar individual.


4 – Ouvir abertamente para que o valor emerja a partir dos participantes – Em cada etapa do SROI é fácil identificar o estímulo para que a materialidade permeie todo processo, isto é, as hipóteses de valor, resultados, impacto etc. tem que emergir de fatos, nos relatos dos stakeholders, nos resultados numéricos e no que é executado. Isso faz com que os aprendizados de valor e futuras melhorias da ação tenham base consistente.


5 – “É melhor estar vagamente certo do que precisamente errado” – Essa frase traduzida de forma livre aqui é do economista John Maynard Keynes e é utilizada como encorajamento para utilizar métodos de análise de iniciativas sociais. Mesmo que, nenhuma das metodologias seja ideal para esse olhar profundo das ações é melhor investigar para aprendermos mais no processo do que avançar sem entender qual foi a mudança que foi gerada naquele território, naquelas pessoas onde foi realizado o projeto.

Dito isso, sabemos que este novo recurso nos trará diversos elementos para melhorar nossa atuação, trazer consistência para os ciclos de amadurecimento do Programa e evidências para munir nossas Realizadoras de aprendizados e resultados materiais do seu apoio ao HousingPact.