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14/07/2022

Selo iImpact: o reconhecimento para startups latinoamericanas comprometidas com o futuro sustentável.

Em 2015, a Organização das Nações Unidas propôs a seus países membros 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que compõem o comprometimento global a um plano de ação conhecido globalmente como Agenda 2030. A ideia é que a união de forças entre sociedade civil, governos e organizações privadas em prol de um conjunto de metas fortaleça o empenho dos países em implementar boas práticas nas frentes sociais, econômicas e ambientais. Nos últimos anos, com certeza houve muito mais foco por parte de diferentes setores da sociedade em desenvolvimento sustentável e ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), mas ainda há muitos desafios a serem encarados para que realmente cheguemos a 2030 com um bom panorama. 


É nessa esteira que o iImpact nasce em 2020, com o propósito de reconhecer o compromisso socioambiental de startups de toda a América Latina, e claro, incentivar o trabalho de todos os empreendedores que estão engajados em transformar o mundo em um lugar melhor. Desde então, o projeto segue crescendo e, agora, chega à sua terceira edição, que está com inscrições abertas até o dia 20 de julho. 


A parceria entre a Innovation Latam, plataforma de inovação, e da Fundação Dom Cabral, considerada a 9ª melhor escola de negócios do mundo de acordo com o Financial Times, foi fundamental para atender a uma premissa: a intenção de endereçar um problema socioambiental pelas empresas deve ser explícita e clara. Com isso, o questionamento era “como medir efetivamente e com transparência, o impacto gerado pelas startups em toda América Latina?”


Em 2022, o iImpact vem com algumas novidades. Dentre elas, a criação de uma rede de embaixadores e um sistema de apadrinhamento por ODS. Fabian Salum, professor doutor docente da Fundação Dom Cabral e um dos idealizadores do programa, avalia os resultados até o momento: “alcançamos o primeiro objetivo, que era promover o movimento dinâmico. Agora, temos o desafio de manter o número de adesões e de reconhecimentos conferidos constante e crescente".


O reconhecimento das startups, no entanto, é apenas uma das pontas do programa, cujo grande diferencial é o potencial de engajamento de diversos atores do ecossistema de desenvolvimento sustentável e a promoção de conexões entre empresas, acadêmicos, ONGs e outras iniciativas da sociedade civil. 


Assim os próprios ODS, que surgem na premissa de mobilizar transversalmente atores de vários níveis da sociedade, o iImpact busca gerar uma rede de partilha e conexão diversa, e é por isso que os embaixadores são centrais nessa dinâmica. Salum reforça: “O embaixador é uma peça fundamental no ecossistema de divulgação e também no reconhecimento da terceira e última etapa do programa, que é a análise dos projetos”, explica Salum.


O programa já possui 80 embaixadores, mas esse número deve chegar a 100. O mais importante é tornar o perfil cada vez mais diverso e representativo da nossa sociedade. 


Já as empresas, podem se engajar como mantenedoras do projeto, em um sistema de apadrinhamento de ODS. Para esta edição, três organizações já estão envolvidas: Aegea (ODS 6: água potável e saneamento), Johnnie Walker (ODS 13: Ação Contra Mudança Global do Clima), e A.Yoshii (ODS 4: Educação de qualidade).


João Pedro Brasileiro, CEO da Innovation Latam, realizadora do programa ao lado da Fundação, explica que, nesse formato, todos se beneficiam


De um lado, as mantenedoras, que encontram nas startups um caminho para alcançarem suas metas ESG. Do outro lado, estão as startups. "Considerando o cenário mais escasso de financiamento e venture capital para startups, mais do que nunca o empreendedor que conseguir desenvolver o seu negócio por meio da aproximação com grandes empresas se torna muito atrativo”, conclui.  



Evidências


Prestes a iniciar a terceira edição, algumas características do programa que potencializa o empreendedorismo alinhado ao desenvolvimento sustentável do planeta começam a ser consolidadas por meio das evidências coletadas nos anos anteriores.


Salum fala um pouco sobre o cenário atual de investimento em startups:


“Há, nesse período, uma evolução e uma transição da percepção da sociedade sobre elas. As startups com foco socioambiental, que nunca tiveram facilidade de linhas de fomento e acesso, demonstraram uma maior resiliência e, portanto, estão mais aptas a superar os desafios provenientes da restrição de recursos financeiros vivido por todo o ecossistema das startups, mesmo aquelas de perfil antes privilegiado nesse sentido", argumenta.


Metodologia


A metodologia utilizada no iImpact foi desenvolvida em 2019 – idealizada pelos docentes da Fundação Dom Cabral, Fabian Salum e Karina Coleta – e é baseada nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, e boas práticas de negócios ESG.


Apesar de nova, essa metodologia é suportada por evidências e critérios rigorosos que comprovam o alinhamento dos negócios com a solução ou mitigação de problemas socioambientais, além de qualificá-los para investimentos globais. “Sem evidência concreta a gente fica no discurso, na vontade ou na expectativa. Quando temos a métrica ou a evidência materializada, temos materiais para justificar o desenvolvimento, o amadurecimento, e porque não, a evolução das propostas dos modelos de negócios e da solução que essas startups se propõe a oferecer para a sociedade”, finaliza Salum.


As inscrições para o Selo iImpact vão até dia 20 de julho de 2022. Mais informações e link para o formulário estão disponíveis no site oficial.