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21/06/2022

ESGOTO QUE GERA PRODUTIVIDADE

O solo para o plantio pode ficar mais rico com o fertilizante que está sendo produzido em Piracicaba (SP), feito com produtos que seriam descartados. Ele é um dos resultados do compromisso ambiental da Mirante (SP) que, desde que assumiu o serviço de esgoto da cidade, em 2012, não só universalizou esse serviço como busca novas tecnologias para minimizar os impactos ao meio ambiente.

“Ao buscar alternativas para a redução de custo e disposição do lodo – o subproduto do esgoto – optamos pelo secador solar, tecnologia que consiste em estufas agrícolas com piso de concreto e maquinário para o manejo”, explica o diretor-executivo da Mirante, Ozanan Pessoa. O secador de lodo a luz solar foi construído na ETE Bela Vista e os resultados logo apareceram, reduzindo em um terço o volume do material que iria para os aterros sanitários.

Ganhos para o meio ambiente

Mas, para a Mirante, o descarte do lodo ainda não era o ideal. Em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), a concessionária encontrou uma saída ecológica: misturado com restos da poda de áreas verdes na cidade e nitrogênio, o lodo se transformou em fertilizante agrícola. 

Em fase experimental, o produto está sendo usado em culturas de cana-de-açúcar e tomate. “Em Piracicaba, todo o esgoto coletado, ou seja, 3 milhões de metros cúbicos por mês, é tratado nas 25 ETEs. O processo gera 1.200  toneladas de lodo mensalmente. Ao invés do aterro, agora ele é misturado ao material estruturante (1.800 toneladas), que também seria descartado. O resultado são 3.000 toneladas de compostagem orgânica destinadas à agricultura”, afirma a coordenadora de Operações e Serviços da Mirante, Laís Fonseca Gomes.

Os resultados da tecnologia foram bem avaliados por quem acompanha o plantio agrícola de perto. “A compostagem é o processo mais adaptado para tratar resíduos orgânicos. Com ela, é possível estimular a decomposição de materiais orgânicos e a redução de contaminantes como metais pesados. Ao fim, se tem um material estável, rico em matéria orgânica humificada e nutrientes minerais”, explica a pesquisadora da APTA Edna Ivani Bertoncini.

“Esse projeto é motivo de orgulho para a Mirante, pois vem ao encontro de nossa filosofia, que é a de atuar de forma integral, sendo o mais sustentável possível em todas as instâncias. Algumas unidades da Aegea já utilizavam o subproduto para plantio em áreas públicas, mas não em culturas agrícolas. É um impacto  positivo muito grande, um ganho enorme para o meio ambiente”, disse a nova diretora-presidente da Mirante, Silvia Letícia Tesseroli.

Fonte: Revista Aegea, Edição nº 32, 2021