Publicado em:
31/07/2013
As agências públicas de fomento brasileiras têm aprimorado consideravelmente seus instrumentos de apoio à inovação que favorecem o arranjo institucional tripartite empresa-universidade-governo. Este arranjo, comumente encontrado em instrumentos de fomento na Europa e nos Estados Unidos, facilita o desenvolvimento de novos produtos e negócios, pois favorece a convergência do conhecimento gerado nas instituições de pesquisa, com a eficiência e visão de mercado das empresas.
No Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) opera o Fundo Tecnológico (FUNTEC), um programa que objetiva a conexão entre empresas e Institutos de Ciência e Tecnologia, dando apoio financeiro a projetos alinhados às políticas nacionais de ciência, tecnologia e inovação. Este programa específico tem como requisito importante o lançamento no mercado dos resultados do projeto de parceria.
Recentemente, novos programas operados em conjunto pela FINEP e pelo BNDES, denominados INOVA, também têm estimulado a formação de arranjos entre universidades e empresas no desenvolvimento de projetos inovadores. Um dos primeiros passos da fase de análise de mérito dos projetos submetidos a esses editais é a sua capacidade de induzir a formação de consórcios de pesquisa e desenvolvimento, onde diversas instituições se juntam às empresas e universidades executoras do projeto, no intuito favorecer o emprego de competências complementares no seu desenvolvimento.
As fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs) também contam com diversos instrumentos de incentivo ao desenvolvimento tecnológico, os quais cofinanciam os projetos realizados em cooperação entre universidades e empresas. Um exemplo deste instrumento é o PITE (Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Partindo para o cenário mundial, outra ferramenta de fomento de grande impacto para a Inovação Aberta são os consórcios de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I). Os Framework Program, controlados pela Comissão Europeia, disponibilizam diversas formas de incentivo à P&D&I, como fomento tradicional para pesquisa básica e aplicada e bolsas de pós-graduação, e também oferecem linhas de fomento à consórcios Internacionais para pesquisa. Esta modalidade financia projetos dos mais diferentes temas, com a participação de instituições localizadas em diferentes países.
Em um cenário mundial favorável aos grandes investimentos em inovação, como os aproximados €80 bi esperados para o novo programa Europeu (2014-2020), e os R$ 30 bi destinados à inovação pelo governo federal até 2014, certamente fazer uso dos instrumentos de fomento à P,D&I, sejam nacionais ou internacionais, é uma excelente alternativa para as empresas aumentarem seus investimentos em projetos de maior risco e grau inovador, sendo esta uma importante via de sucesso em um mercado dinâmico, competitivo e globalizado.
Tulio Zozolotto é químico, formado pela Universidade de São Paulo - USP. Atualmente atua na área de Fomento à Inovação.
Contato: tuliozozolotto@natura.net
Referências:
http://ec.europa.eu/research/horizon2020/index_en.cfm
http://ec.europa.eu/research/index.cfm
http://www.finep.gov.br/pagina.asp?pag=programas_inovaenergia