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Publicado em:

06/07/2015

Natura Ekos Ucuuba

 

Transformar uma semente amazônica em um produto inovador, gerar renda para comunidades e estimular a preservação ambiental: essas foram as conquistas da Natura ao colocar no mercado novos produtos à base de Ucuuba. A nova linha, lançada em abril é resultado de um longo processo de pesquisa e de comprometimento da empresa com a natureza e com as comunidades locais.

 

O potencial da Ucuuba foi identificado em 2004, durante o mapeamento de várias espécies para o desenvolvimento de óleos e manteigas a partir de matérias-primas encontradas na Amazônia. O grande diferencial do produto é o toque seco que a manteiga proporciona, acompanhado de uma hidratação de até 48 horas, consequência da alta concentração de compostos que promovem esse efeito prolongado.

 

Para comprovar o poder da manteiga de Ucuuba, foram feitos sabonetes com diferentes concentrações e percebeu-se que quando ela é utilizada em menor quantidade o produto não proporciona o mesmo poder hidratante. Os sabonetes da linha Ucuuba oferecem até 8 horas de hidratação, o que segundo as pesquisadoras envolvidas no seu desenvolvimento representa muito mais do que outros produtos disponíveis no mercado são capazes de proporcionar.

 

Vários parceiros internos e externos estão envolvidos nesse processo. Dentro da Natura, as áreas de áreas de tecnologias de ingredientes, tecnologias sustentáveis e tecnologias cosméticas atuaram no desenvolvimento do novo ativo. Para garantir o sucesso dessa missão, elas contaram com apoio externo desde ajustes de maquinário, para processar a semente garantindo a eficiência produtiva sem degradação de seus componentes, até a logística para manter a sua qualidade e a eficácia dos seus componentes depois do processamento.

Cintia Ferrari, Gerente Científica da área de Tecnologia de Ingrediente e especialista em óleos e gorduras, explica que um projeto como este traz consigo uma série de desafios, sendo um deles relativo à variabilidade de características da matéria-prima, de origem natural. “Você pode ser o maior especialista no assunto, mas quando você vai para a natureza, quem dita as regras normalmente é ela. Se o tempo está seco, mudam as características, se chove mais, mudam as características. O trabalho é longo porque temos que tentar pegar o máximo de safra e variáveis destas safras para termos uma especificação mais robusta”, esclarece.

 

Por esse motivo, é essencial garantir a qualidade da semente, e para isso é necessário conscientizar os pequenos produtores de cooperativas, que são parceiros de fornecimento, de sua importância na cadeia produtiva. “Precisamos mostrar como a qualidade da semente impacta no produto. Não existe óleo ruim, existe semente ruim. Temos que engajar e capacitar estas comunidades para mostrar a importância delas na cadeia produtiva e a importância de padronizar a qualidade da matéria prima para manter a qualidade do produto final. Uma coisa é um lote pequeno, outra é trabalhar em larga escala ,com fornecimento de matéria prima de 13 comunidades, localizadas em regiões diferentes.”, ressalta Cintia.

 

Para Aurora Furtado, que atua na Natura no desenvolvimento de fórmulas para o corpo, “outro desafio é desenvolver fórmulas que sejam suscetíveis as especificidades da matéria-prima”. A pesquisadora comenta que manter a estrutura e a composição da manteiga é muito importante para proporcionar a experiência sensorial do produto. “Dessa forma trabalhamos com a manteiga bruta. Apesar de não ser tão simples quanto trabalhar com uma manteiga refinada, evita o aumento de impactos ambientais, e a perda das propriedades da manteiga”, conclui.

 

Para ela, o grande aprendizado que fica para os próximos projetos de inovação é a oportunidade de mais uma vez trabalhar com a cadeia produtiva e transformar uma matéria-prima em um produto desenvolvido em grande escala. “Esse é o maior desafio de todos os projetos que envolvem biodiversidade”, avalia.