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Publicado em:

26/02/2025

Perguntas e respostas pós-evento

Por André Martinez

No dia 12 de fevereiro, Edson Lisboa, Superintendente Executivo de TI do banco Sicoob, foi protagonista do Estudo de Caso online, promovido pela IA4FIN. Na ocasião, ele destacou o papel crescente da Inteligência Artificial (IA) nas operações internas do banco.

A fim de melhorar a experiência do usuário, aumentar a eficiência operacional e garantir a segurança cibernética, Edson comentou sobre a trajetória tecnológica dos últimos 12 anos na cooperativa financeira, até a adoção da IA generativa. Dentre os avanços, está o Assistente Inteligente da plataforma Sisbr, caso analisado a fundo no encontro, e o "Robozômetro", uma ferramenta concebida para medir o impacto financeiro e a eficiência das automações, contribuindo para economias substanciais dentro da cooperativa.

Ele revelou que a IA está sendo utilizada para refinar o processo de concessão de crédito e a expectativa é que os insights gerados por IA permitirão decisões mais rápidas e precisas, ajudando analistas de crédito a melhorar suas avaliações e, consequentemente, as ofertas de crédito para cooperados. A gravação do evento na íntegra está disponível para membros dos planos EXECUTIVO, STARTUP e CORPORATIVO. Se você ainda não deu seu upgrade, aproveite que todos os planos estão com 30% de desconto até 8 de março de 2024. 

No final da sua apresentação, o mediador do evento e embaixador da comunidade, João Pedro Brasileiro, fez algumas perguntas e foi aberto um espaço para os membros tirarem suas próprias dúvidas. 

Resumimos a seguir as principais perguntas e respostas deste evento, incluindo perguntas inéditas trazidas pelos espectadores: 

O Sicoob implantou alguma ferramenta de IA na leitura e análise de documentos? Se sim, quais desafios?

R: Adotamos 4 LLMs open source (Llama, Mistral, Phi-4 e Deep Seek R1) e integramos esses modelos a uma plataforma própria que desenvolvemos integrada ao nosso Core Bancário para orquestrar o uso desses modelos. Utilizamos RAG e Fining Tuning para utilizar os modelos dentro da nossa estratégia, ou seja, não é um modelo aberto como o ChatGPT, que responde a qualquer coisa. A gente tinha um objetivo maior, que era colocar a IA generativa na mão de todos os nossos funcionários. Foi então que pegamos esses modelos, configuramos uma infraestrutura na nuvem e gerenciamos todo o poder computacional que tem ali, porque essa parte de IA generativa requer processamento específico de GPU. Além disso, aprimoramos a funcionalidade de Interação com Documentos da Plataforma de Serviços Financeiros do Sicoob (Sisbr).dando acesso para colaboradores ao DeepSeek-R1, com o objetivo de facilitar as análises de forma rápida, simples, segura e confidencial, poupando aproximadamente duas horas de trabalho para os profissionais. 

Sobre o uso de IA para análise e liberação de crédito, vocês já estão utilizando dados provenientes do Open Finance para isto?

R: Sim. Um exemplo desse uso é a Jornada de Portabilidade do Crédito Consignado que disponibilizamos em nosso Super App Sicoob, pelo qual conseguimos reduzir o tempo e a complexidade do processo de portabilidade de crédito consignado. O cooperado pode agora efetuar a simulação e a contratação em apenas quatro interações, o que antes exigia 12 etapas. Essa inovação vai além da agilidade: ela traduz nosso compromisso em entregar soluções práticas e acessíveis, sempre com taxas justas e transparência. 

A Sicoob tem algum processo automatizado para cobrança de inadimplência através de BOT Generativo?

R: Sim, utilizamos a Atendente Virtual (chamada de Alice) dentro da esteira de cobrança administrativa e recuperação de crédito/ativos. 

Como está aplicada a Cibersegurança na IA? E como a IA está sendo ou pode ser aplicada na Cibersegurança?

R: Esse é um pilar fundamental em nossa estratégia de adoção da IA (Gen inclusive!). Inclusive, esse é um dos motivos de uso de modelos open source em nossa nuvem (totalmente gerenciada por nós) e com ‘guard rails’ (barreiras de segurança) bem definidos.

Vocês têm iniciativa para IA Generativa na cobrança e para recomendação de produtos financeiros através de chatbot via Whatsapp? Qual a sua visão de uso do Whatsapp para comunicação com o cooperado ao invés de uma interface semelhante ao ChatGPT? 

R: A Atendente Virtual (chamada de Alice), usada dentro da esteira de marketing e relacionamento com o cooperado (cliente), incluindo atendimento e abordagem por meio do WhatsApp.

Em qual área foi mais difícil integrar IA?

R: O projeto Jornada Cognitiva do Sicoob para adoção de IA foi aprovado como estratégia institucional e não iniciativas isoladas por áreas.

Levando em conta que a regulamentação brasileira no que tange às decisões de crédito requer rastreabilidade das informações utilizadas nas decisões e aplicação de scores, quais os desafios que vocês identificam no uso da IA (muitas vezes são caixinhas pretas) para manter essa transparência? 

R: Esse é um desafio constante que nos leva a trabalhar com modelos bem definidos (machine learning) para avaliação de risco, atribuição de limites e liberação do crédito. E temos evoluído esse processo utilizando IA Generativa como Copiloto/Assistente para apoiar/acelerar a decisão de liberação do crédito em linhas mais complexas.

Vocês já tem um case em produção com o uso de agentes e RAG?

R: Sim, um dos cases com o Assistente Inteligente do Sicoob para a área responsável ao Atendimento ao Cooperado (Cliente).

Como é a política de ética para o uso da IA internamente?

R: Algo que a gente sempre é, procura divulgar e reforçar institucionalmente e tudo aquilo que nós temos feito e disponibilizado com IA Generativa, porque a responsabilidade final sempre vai ser da pessoa que está usando aquele recurso. Então, a gente tem algumas recomendações aqui internas muito bem estabelecidas. O nosso objetivo não é que essa plataforma dê a palavra final sobre o que deve ser feito ou sobre o texto que deve ser utilizado ou sobre o parecer que deve ser encaminhado. É algo que tem avançado bastante. Eu acho que isso faz toda a diferença para não termos problemas indesejados nessa esteira de adoção da IA.

Por que tomaram a decisão de desenvolverem a própria plataforma de IA, visto que tem várias plataformas aceleradoras no mercado?

R: Para unir todo esse ambiente do cooperativismo financeiro. No início dos anos 2000, cada cooperativa tinha uma plataforma de automação diferente, então a gente não conseguia ali ter um funcionamento como rede, um sistema de fato. Era um potencial muito forte de crescimento e de avanço seria se nós tivéssemos a nossa própria plataforma de automação financeira bancária. E assim, conseguimos trazer todas as cooperativas para essa plataforma, com mais de 300 cooperativas, mais de 4600 agências espalhadas pelo país, tudo funcionando como sistema só, né? Ninguém melhor do que esse time para poder embutir essa tecnologia na nossa esteira de negócios. Então, de fato, há algum tempo a gente entende que ter esse poder na mão, esse domínio na mão é é um diferencial.


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