Publicado em:
17/11/2025
A fronteira entre a inovação em Inteligência Artificial e as experiências humanas mais profundas acaba de ficar mais tênue. Uma startup chamada 2wai está propondo uma solução tecnológica para uma das dores mais universais: a saudade de quem já partiu.
A premissa é tão fascinante quanto controversa: a possibilidade de "conversar" com uma versão digital de um familiar ou amigo falecido.
O 2wai utiliza tecnologia de IA avançada para, a partir de apenas 3 minutos de vídeo, criar um "HoloAvatar". Este não é um avatar estático; é um modelo digital interativo projetado para replicar:
Segundo a empresa, o objetivo é criar um "arquivo vivo", permitindo que as pessoas registrem suas memórias, contem histórias e até deixem mensagens para o futuro. A referência direta a episódios da série Black Mirror tornou-se inevitável e resume o impacto da ideia.
Como esperado, a inovação dividiu o público, mas atraiu fortemente o mercado.
Apesar do sucesso inicial, o debate ético é intenso. Usuários e especialistas questionam as implicações emocionais de interagir com réplicas digitais de entes queridos. O uso de imagens de pessoas que já faleceram levanta questões complexas sobre consentimento e o processo natural do luto.
Para o nosso ecossistema de inovação, o 2wai é um case study poderoso. Ele demonstra como a IA generativa está saindo do campo da produtividade e entrando no núcleo das conexões humanas. A questão que ele impõe não é mais se podemos digitalizar a memória, mas como iremos gerenciar as consequências emocionais e éticas dessa nova realidade.