Publicado em:
29/06/2022
Os meios de pagamento migraram para o digital. Ter o celular roubado, portanto, gera uma dor de cabeça danada a qualquer pessoa. Como exemplo, podemos citar o recente caso reportado pelo Nexo Jornal, no qual o agente de talentos brasileiro Bruno de Paula teve o celular roubado durante uma viagem em Barcelona — e um prejuízo de R$ 100 mil.
Seja para fazer transferências bancárias, pedir comida ou um táxi, tornou-se comum usar os aplicativos em dispositivos móveis para ações cotidianas. Com isso, nossos dados sensíveis estão todos concentrados em um só “lugar”.
Nesse cenário, empresas que trabalham pela evolução do ecossistema de segurança online devem ficar atentas às tendências tecnológicas voltadas aos recursos de autenticação e antifraude. É o que defende Eduardo Casseano, Senior Cloud Security Architect da Akamai Technologies, que provê soluções em segurança digital.
Para ele, o gerenciamento de dispositivos, também conhecido como MDM (sigla de mobile device management), é o caminho que as marcas do ramo podem seguir para melhor atuar em casos de roubo.
É importante salientar, no entanto, que o MDM é mais recorrente em celulares corporativos, visto que as empresas que fornecem aparelhos aos funcionários tendem a ter os seus próprios programas de segurança.
No contexto dos consumidores online, o foco acaba sendo a infraestrutura e as aplicações — e eles nem sempre encontram suporte amigável.
“Quem nunca se cansou de tentar acertar o ‘captcha’ [verificação antirrobô comum em páginas de login] e acabou desistindo?”, questiona.
Apesar do exemplo, Casseano pontua que, hoje em dia, existem soluções mais ágeis que essas. Em alguns casos, até aspectos comportamentais do consumidor são levados em conta para o grau de risco ser o menor possível para todos — consumidor, fabricante e sistema.
“Muitas empresas fazem o melhor para garantir segurança a seus clientes. No entanto, a diversidade das ameaças é muito grande e, às vezes, [os criminosos] operam fora do campo de ação dos controles de segurança aplicados”, analisa.
O que fazer, então, quando o seu celular for roubado? “Cada tecnologia tem as suas particularidades”, observa.
Dessa forma, com o objetivo de orientar o consumidor final, ele pontua ações a serem tomadas no caso de se ter o celular roubado. Acompanhe!
1. Bloqueie o aparelho
O especialista sugere que você peça a alguém de confiança para fazer o bloqueio do celular no sistema operacional (iPhone ou iOS). Caso ele seja roubado quando ligado, entre em contato com essa pessoa logo que for possível, relate o ocorrido e peça a ela que realize o bloqueio.
“É curta a janela de tempo em que o ladrão repassa o dispositivo a alguém que conhece os mecanismos para ter acesso a seus dados”, salienta.
“Peça a essa pessoa de confiança que se conecte ao sistema operacional. Isso deve ser feito por um computador que já tenha sido conectado à plataforma, senão uma confirmação de acesso vai ser enviada ao seu celular. Uma vez dentro do sistema, é possível realizar o bloqueio, obter a localização dele e até mesmo limpar todos os seus dados, se necessário.”
2. Bloqueie a linha telefônica
Você pode usar a senha no seu chip (pin) para fazer isso. “Algumas operadoras permitem que isso seja feito online e outras pedem contato via telefone. Em ambos os casos, quanto mais rápido, melhor”, alerta.
3. Bloqueio automático
Habilite o bloqueio automático do celular para o intervalo mais curto possível, sugere o especialista. Caso o aparelho esteja bloqueado, lembre-se de que não há “mágica” para obter os seus dados, independente do sistema operacional (Android ou iOS).
Ainda assim, ele ressalta que há lacunas de segurança. “É muito comum golpistas colocarem o chip em outro celular para usarem os serviços de esquecimento de senha via mensagens recebidas por SMS e WhatsApp, por exemplo. Assim, eles controlam as mensagens que você recebe sem nem precisar ligar o aparelho roubado”, finaliza.