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31/08/2022

Data Machina é a startup de destaque do 5º ciclo!

“O protagonismo de grandes empresas é importante para conseguirmos reinventar o setor da habitação e sanar os déficits no país”


Ivo Pons, Sócio fundador da Data Machina, fala sobre os ganhos e aprendizados adquiridos durante o recém concluído programa de aceleração no 5º ciclo do Vedacit Labs


Nomeando-se formalmente como doutor em urbanismo, Ivo Pons, é sócio fundador da Data Machina e não se apega ao status para assumir sua responsabilidade como empresário. Pelo contrário, em tom descontraído, admite que como empreendedor de startup sua função é fazer o negócio acontecer, ajudando no que for preciso, ainda que a necessidade seja servir um cafézinho. “Sou o cara que não pode ter limites e onde está precisando de ajuda eu vou lá e ponho minha mão”, admite, desta vez mais confortável. 


Brincadeiras à parte, a maturidade na postura possivelmente advém do background adquirido em mais de dez anos empreendendo com inovação ao lado dos outros dois sócios. Tendo como característica em comum a carreira acadêmica, o primeiro projeto dos amigos foi uma startup focada em mobilidade urbana. 


O projeto deu certo, cresceu e foi vendido. Logo em seguida nasceu a Data Machina que, segundo Ivo,  “tem a missão de levar as tecnologias analisadas nos laboratórios de pesquisa para a realidade do dia a dia das empresas com o intuito de aumentar o nível de maturidade dos projetos e gerar resultados e valor para os negócios, para as empresas e para as pessoas”.


A startup completou três anos de existência no primeiro semestre de 2022 e a comemoração teve como pano de fundo o programa de aceleração da Vedacit Labs, visto que ela foi uma das selecionadas para a aceleração durante o 5º ciclo do programa. 


Em entrevista ao blog Trutec, Ivo fala sobre os desafios, oportunidades e expectativas criadas durante a aceleração, como, por exemplo, a possibilidade de voltar a impactar a sociedade – desta vez não com cidades inteligentes, mas com projetos focados na habitação e na oportunidade de contribuir para sanar os seus déficits no país.


Blog Trutec - Como vocês ficaram sabendo sobre o programa Vedacit Labs e como se deu a decisão de participar do processo seletivo?


Ivo Pons - Eu tinha conhecimento da existência do programa e quando iniciaram as inscrições do quinto ciclo estávamos num momento muito propício: a etapa de conclusão de um horizonte de prototipação, entrando no horizonte de produtização e reprodução, ou seja, escalabilidade. Nesse sentido, a gente estava buscando verticais que fossem aderentes. A construção tem tudo a ver com a cidade, com os dados da cidade, com os problemas da construção. Tem muito a ver com o que a gente trabalha em termos de logística, de inteligência de dados, automação e comunicação e nos pareceu que esse pudesse ser o caminho.


Qual a sua avaliação sobre o programa?


A Vedatic e os profissionais que estão envolvidos dispensam apresentação. Então, é claro que existe uma credibilidade. Mas, até então eu não tinha entendido e não esperava que o programa estivesse tão bem estruturado e que os ganhos fossem tantos. 


A gente já participou de muitos programas de aceleração; só com a Data Machina foram pelo menos quatro. Nos seis anos anteriores, a gente fez mais uns 12 programas. Eu entendo muito de inovação porque é uma área que a gente pesquisa sim, mas também porque a gente vivenciou na prática a construção dos programas e posso dizer que o programa do Vedatic Labs tem diferenciais muito interessantes.


Não é só o cuidado, mas a profundidade. Isso pra gente foi muito relevante.


Quais seriam os diferenciais que você citou?


Posso citar tanto o acompanhamento do Victor [gestor], que esteve presente em todas as reuniões, quanto a dedicação do padrinho, por exemplo, que é uma figura que até existe em outros programas, mas não com a intensidade que o Ricardo Bresciani, nosso padrinho, atuou. 


Além disso, um documento que mostra muito esse cuidado é o status report, emitido mensalmente por eles e que mostra o quanto conseguimos avançar. Posso dizer que esse programa trabalha com uma estratégia de bastante profundidade, talvez por isso também o número de startups selecionadas não seja tão grande por rodada. Foi um processo bem interessante e muito cuidadoso.


Como vocês já tinham participado de diversos programas de aceleração, essa experiência contribuiu para que fossem mais assertivos nas necessidades que vocês tinham e foco do programa?


Eu acho que sim. Envelhecer também traz um pouco de maturidade para a tomada de decisão e pela dedicação. Mas, eu diria que, via de regra, nos programas que a gente participou com a Data Machina a gente foi muito dedicado, mas nem todos nos davam o nível de profundidade oferecido pelo Vedacit Labs. 

 

Quando a gente percebeu isso, eu falei para o pessoal da Trutec ‘olha, estou afundando o barco e não saio mais dessa ilha, eu vim para ficar’. Foi um indicativo de que eu tinha entendido que tinha uma proposta de valor com aderência e que a gente ia fazer tudo aquilo que fosse possível para fazer acontecer.


Isso é diferente de quando você está passando por uma formação que é algo transitório, coleta aquilo que tem de interessante, mas sabe que você vai para uma outra fase, outro lugar.


Qual foi a Prova Conceito (POC) que vocês realizaram durante o programa?


A gente fez várias coisas. Como não tínhamos um projeto prévio em construção, vendemos o potencial de conexão das coisas que a gente já tinha com a área de construção e a Trutec viu valor. Logo nos primeiros encontros, e com a ajuda do Bresciani e do Victor, começamos a levantar quais eram as possibilidades. Elas eram tantas que a gente decidiu fazer um processo de co-criação para escolher. Construímos uma dinâmica para fazer essa escolha, ranqueamos as possibilidades mais interessantes e, juntos, decidimos seguir no trabalho de otimização, qualificação e captura de leads, que era algo que interessava não só para a área de construção num futuro mais distante, mas que num futuro imediato já estava no roadmap da Trutec, que tinha recém contratado um time para refazer um produto de qualificação de clientes para todo o seu ecossistema. 


A gente já tinha uma ferramenta para isso e decidiu aportar o conhecimento para enriquecer o processo que estava em construção. Assim, trabalhamos em três frentes: captura de novos leads com raspagem de dados, que é algo que a gente já tem experiência; construção de uma inteligência para o rankeamento de leads para dizer qual é o que tem mais probabilidade de conversão; e a adição de novos dados, ou seja, a qualificação do lead.


Ao mesmo tempo, a gente não deixou de explorar, por exemplo, as visitas a campo com a Mitre e avaliar a possibilidade de construir uma uma versão de um produto que a gente tem pra ajudá-los. A gente não deixou, por exemplo, de fazer uma pré POC com a Construct In para mostrar que era possível usar a visão computacional para detecção de objetos dentro da plataforma que eles já têm. 


Em resumo, a gente explorou muitas possibilidades de peito aberto, mas se comprometeu a fechar uma delas, que era essa de leads. 


Quais foram os resultados alcançados com a prova conceito?


A gente conseguiu trazer um volume bastante significativo de leads baseado em dados com semelhança e com relevância aos clientes que já existem nas plataformas do ecossistema da Trutec. 


Além disso, conseguimos construir um ranqueamento, que é uma inteligência artificial que olha para os dados, se alimenta do que as pessoas estão fazendo e organiza essa lista sempre para oferecer aquilo que é mais interessante. A princípio era uma lista estática e essa semana está sendo entregue uma API, que é uma integração de sistema para sistema, para que isso possa ser feito automatizado, no sistema da Trutec, através da Data Machina. 


Por fim, fizemos experiências de entrega desses dados qualificados com o contato do LinkedIn da pessoa, validação do telefone e outras coisas que ajudam nesse processo de escalada de venda.


As soluções da Data Machina podem ser aplicadas em qualquer outro setor, vocês já tinham a intenção de atuar na área de construção civil? 


Ivo Pons - A gente, de fato, nem começou pela construção civil. Na verdade, descobrimos a construção civil com o Vedacit Labs e acho que esse foi nosso maior fit. Aprendemos muitas coisas no processo, mas uma delas foi a bagagem de olhar para a construção com mais detalhes e mais cuidado. Antes, a gente estava olhando muito mais para a indústria, para logística e para a área de bancos e seguros. Mas, saímos do programa com a clareza de que a construção é uma das áreas em que a gente pode ter bastante sucesso.


E quais foram os maiores desafios nesse processo?


Em primeiro lugar, eu diria que foi escolher em que focar. É fácil você se perder com tantas oportunidades. A outra coisa foi consistência. Quer dizer, em um programa de quatro ou cinco meses, então você tem que manter o ritmo ao longo do processo. Tivemos bastante atenção nisso para garantir a regularidade das entregas. 


Qual o futuro que você vislumbra para a Data Machina depois dessa oportunidade? O que significaria integrar o portfólio da Trutec?


Primeiro, a gente se vê continuando dentro desse ecossistema da Trutec. O modelo não está claro ainda, mas a gente tem a expectativa de continuar interagindo com esse time, trazendo e levando oportunidades. 


Terminamos o programa na semana passada e na próxima semana vamos ter uma reunião para avaliar os próximos passos. Seria muito legal se fossemos convidados a integrar o portfólio da Trutec. Essa é uma expectativa que a gente tem e que certamente trará outro nível de credibilidade, porque a assinatura de uma grande empresa para quem está começando ajuda muito nesse sentido.


Além disso, dentro do desejo expressado pela Trutec de crescer e se tornar maior que a Vedacit e reinventar o grupo para os próximos 80 anos, acho que temos muito a acrescentar e conseguiríamos, inclusive, expandir o escopo para outras áreas.


Mas, independente disso, a gente tem uma relação mais prática em termos de produto, pois ele já está construído e a ideia de fornecer o serviço para o produto que alimenta os leads das startups da Trutec deve evoluir. Além disso, deixam outras duas portas abertas, tanto com a Construct In quanto com a com a Mitre, que são outros caminhos interessantes e que podem virar outras oportunidades de negócio.